Amém.
Boa noite, irmãos.
Obrigado, David e banda, pelas músicas cantadas.
E a nós cabe agora meditar na palavra de Deus, justamente sobre o Salmo 107, o Salmo que foi expressado aqui em cânticos logo no início.
Então, abra sua Bíblia no Salmo de número 107 e mantenha-a aberta. Nós vamos percorrer por todo este Salmo. Vamos olhar para as verdades bíblicas contidas neste Salmo que são extremamente preciosas para nós. E elas certamente irão encorajar o nosso coração, mudar a nossa perspectiva sobre a vida cristã e nos aprofundar no relacionamento do caráter bondoso e amoroso do nosso Deus.
Antes de iniciar aqui a exposição, gostaria de pedir que os irmãos, por gentileza, se lembrassem da minha família em oração, especialmente pela vida do meu pai, que está passando momentos bem delicados e carece da graça de Deus. Ore também para que ele possa conhecer ao Senhor e se entregar ao nosso Senhor, quem pode restaurá-lo e dar, além da saúde física, a vida eterna. Então, lembre-se de orar por isso.
E a minha gratidão a Deus pela instrumentalidade dos irmãos sobre o pregue a palavra. Domingo após domingo, vocês têm encorajado o ministério a avançar, continuar a sua labuta de levar treinamento pastoral para pastores de diversos lugares do Brasil e fora do Brasil. E isso só é possível pela generosidade dos irmãos. Então, muito obrigado pelo seu apoio, por suas orações e pelo seu envolvimento financeiro.
Hoje pela manhã, o pastor Ricardo expôs o Salmo de número 90, o Salmo de Moisés. Ele deu para nós rapidamente um pequeno contexto sobre os cinco livros de Salmos, como eles são alocados dentro do nosso saltério e por que eles são alocados dessa forma. Mas apenas para lembrar os irmãos, para que a gente possa chegar no Salmo 107 e saber exatamente por que o Salmo 107 está trabalhando essas verdades das quais nós vamos visualizar nesta noite.
O livro 1 de Salmos, que compreende o Salmo 1 até o Salmo de número 41, busca mostrar para nós a ascensão do rei, como o rei seria dado ao povo de Israel. Então, todos os cânticos que nós temos ali dentro desse bloco, dessa unidade de livro que é chamado como livro 1, e na sua Bíblia tem as divisões, você pode acompanhar depois: livro 1, livro 2 até o livro 5. Elas servem justamente para nos mostrar que o povo de Deus cantava alegremente ao Senhor na expectativa da chegada daquele que viria resgatar Israel das maldições da lei, do império do qual Israel estava subjugado, o possível exílio que viria à frente e até mesmo a profunda restauração litúrgica de adoração e de vida do povo de Israel, para então o povo poder adorar ao Senhor de corpo, vida e espírito, ser um povo adorador.
Então, o Salmo 1 até o Salmo de número 41 vai trazer uma série de cânticos que nos lembram essa verdade de que há um rei que viria, essa ascensão do rei chegaria até o povo de Deus.
O livro 2, que compreende o Salmo 42 até o Salmo 72, vai falar sobre a ascensão do reino. Um rei precisa ter um reino, e esse reino é idealizado na perspectiva dos cânticos da poesia dos Salmos, justamente quando o rei está estabelecido, quando o rei governa, quando o rei tem proeminência. Então, você tem todos esses Salmos cooperando para esse entendimento, para ver essa unidade composta dentro desse livro 2 que nós estamos observando como a ascensão do reino.
Então, o livro 1 fala da ascensão do rei, o livro 2 fala da ascensão do reino, e o livro 3 apresenta um problema. Pastor Ricardo, pela manhã, até usou uma expressão dizendo que é o fosso onde as pessoas entraram e não viram mais saída, não viram mais perspectiva. Por quê? Porque todo o livro 3, ou a grande maioria do livro 3, do Salmo 73 até 89, são Salmos que vão nos retratar o período do exílio, Deus julgando o seu povo por meio de uma nação, os babilônios. O exílio babilônico, justamente porque o povo estava desobedecendo, quebrando os mandamentos do Senhor. E Deus usou profetas, Deus usou uma série de recursos, de mecanismos para alertar o povo de que o fim deles seria o juízo.
Ainda assim, eles permaneceram arrogantes, ainda assim, eles permaneceram endurecidos, continuaram pecando contra Deus, e então o exílio aconteceu. E aí esse terceiro livro é um livro que nós chamamos da queda, que retrata justamente o povo de Deus no exílio, sem esperança. O povo de Deus que estava esperando o rei e o reino agora se vê subjugado, com a sua identidade perdida, com a sua visão sobre Deus perdida e uma terra totalmente estranha.
Nós temos cânticos no livro 3 e no livro 4. O livro 4 começa a fazer uma transição mostrando a salvação sobre o povo de Deus no exílio, que vai ali do Salmo de número 90 até o 106. Mas ele ainda assim não consegue resgatar, efetivar de forma concreta essa perspectiva, essa prerrogativa. E os homens no livro 3 e no livro 4 estão cantando: "Até quando, ó Deus, nos deixará cantar e nos deixará aqui à margem da beira da Babilônia, chorando, lembrando-se de Sião? Quando virá a nossa sorte e o Senhor irá nos resgatar? Quando estaremos novamente na nossa terra, tirando as nossas arpas que estavam penduradas e entonando cânticos de alegria pela tua salvação? Quando isso vai acontecer?"
Então, você tem aí no livro 3 e no livro 4 tanto essa perspectiva do exílio como a esperança de uma salvação que é reacendida com base nas promessas da aliança que Deus decretou por meio de Davi. E ele diz: "Eu não voltarei atrás." É o Salmo 89. Eu não voltarei atrás. Foi o contexto do Salmo hoje que o pastor Ricardo pregou, Salmo 90, a mudança de transição entre os livros. Então, Deus está dizendo no Salmo 89: "Eu fiz um juramento a Davi, eu vou salvar o meu povo e eu não volto atrás. Eu vou salvar o meu povo, eu vou manter esse juramento."
E aí nós temos então essa esperança reacendida, mas ainda assim nós estamos lidando com algo que ainda não é concreto. Com isso, o Salmo 107, apesar de iniciar o quinto livro, ele faz coro, ele faz uma espécie de trilogia com o Salmo 105 e 106. Esses últimos dois Salmos do quarto livro terminam, eles entoam cantos lembrando das promessas de Deus feitas a Abraão, que é o caso do Salmo 105. E o Salmo 106 faz um pedido que termina sem uma resposta, mas essa resposta nós vamos encontrar no Salmo 107.
O pedido do Salmo 106 está lá no verso de número 2, quando o salmista pergunta: "Quem saberá contar os poderosos feitos do Senhor? O anúncio do Senhor, anunciar todo o seu louvor. Quem é que saberá fazer isso? Quem terá condições de lembrar, de falar, de saber contar os feitos redentivos de Deus, feitos de salvação do Senhor? Quem é que terá condições de anunciar louvores ao teu nome quando essa salvação chegar? Será que somos nós? Será que são os nossos filhos? Será que serão a geração dos nossos netos?" Essa é a pergunta que o Salmo 106 está evocando e ela termina. O Salmo 106 vai terminar com um pedido, um pedido muito contundente que nós vamos ter ali no versículo 47: "Salva-nos, Senhor nosso Deus, e congrega-nos dentre todas as nações, para que então demos graças ao teu Santo nome e nos gloriemos no teu louvor."
Qual é o contexto então? O contexto é esse: você tem essa esperança que está sendo reacendida no final do exílio babilônico que o terceiro livro vai retratar. O quarto livro reacende isso e aí então termina o Salmo 106, que é o Salmo que encerra o quarto livro, com essa nota de desesperança e essa súplica. A nota de desesperança é: "Quem poderá contar os feitos do Senhor?" E a súplica é: "Senhor, nos salve, nos salve, congregue o teu povo dentre todas as nações, todos que estão espalhados, traga novamente para debaixo do teu cuidado e que nós possamos entoar cânticos de alegria ao teu Santo nome e nos gloriar no teu louvor."
É exatamente o que nós cantamos aqui nessas músicas maravilhosas que acabamos de entoar. Nós cantamos porque a salvação do Senhor chegou. E aí o Salmo 107, então, traz esse ato concretizado: a salvação do Senhor chegou. A salvação chegou. É possível. Todo o bloco do Salmo do quinto livro, agora começando com o Salmo de número 107, vai se concentrar em um rei que vai resgatar as promessas de Deus. E esse rei não é Davi, é a descendência de Davi. E é por isso que nós temos o Salmo de Aleluia concentrado aqui. É por isso que nós temos o Salmo de Davi, vários grupos, vários agrupamentos de Salmos dentro desse quinto livro, pelo menos três grandes agrupamentos dos Salmos de Davi, em que Davi se coloca como esse rei messiânico que viria então a concluir a obra de salvação que Deus poderia realizar no meio do seu povo.
E o Salmo 107, então, vai nos dar a clareza disso. Ele vai concluir essa realidade. Por isso, o seu tema é o cântico de exultação dos remidos pela bondade duradoura de Deus. E aqui é um tema que deve provocar o nosso coração. Primeiro porque ele está sendo específico: é um cântico dos remidos, é um cântico daqueles que foram salvos, é um cântico daqueles que entenderam a salvação, é um cântico daqueles que viram a manifestação do poder de Deus, ainda que estivesse na desesperança do exílio, sem saber o que aconteceria com a sua vida e com a vida dos seus filhos, mas viram a obra salvadora de Deus se manifestando poderosamente.
Então, é o cântico dos remidos. Mas esse cântico é pautado em duas verdades que o Salmo se propõe a mostrar para nós. A primeira é a bondade duradoura de Deus e a segunda é o seu amor leal. Nós vamos ver isso nesse Salmo. É um Salmo longo, mas ele é muito fácil de ser acompanhado. A estrutura dele é muito fácil. Nós temos na estrutura dele algumas coisas que não são muito simples. Vou botar aqui uma convocação de louvor, versículos 1 a 3. Nós temos a razão pela qual Deus deve ser louvado, versículo 4 ao 42. E essas razões se dividem em duas categorias: os atos de bondade e misericórdia de Deus em qualquer circunstância da vida, principalmente o exílio, e os atos de juízo, restauração e bênção de Deus fora do exílio.
Então, a razão pela qual os homens devem louvar a Deus nessa convocação que os versos 1 e 3 vão fazer se concentra nesses dois atos. E o Salmo termina com um apelo. É um Salmo que coloca uma pulga atrás da orelha. É um Salmo que apela à nossa sabedoria, ao nosso raciocínio, à nossa capacidade de reflexão: por que Deus deve ser louvado?
Então, vamos ter uma palavra de oração e nós vamos olhar, começando aí com a convocação.
Senhor, aqui está a tua palavra, será lida e pregada agora. Rogo para que o Senhor me use como instrumento em tuas mãos, que meu coração seja fiel à autoridade da tua voz e que isso traga edificação aos meus irmãos. Aos duvidosos, que o Senhor possa confrontá-los. Aos perdidos, que o Senhor possa ofertar a salvação a eles. E certamente o teu nome será glorificado. Oro por isso no nome de Jesus. Amém.
A convocação que esse Salmo faz é uma convocação muito peculiar da vida cristã. Diz os versos 1 a 3: "Dêem graças ao Senhor porque Ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre. Digam os remidos do Senhor, os que Ele resgatou das mãos do inimigo e congregou dentre as terras do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul. Dêem graças ao Senhor porque Ele é bom."
A primeira linha nos convoca e ela dá a razão pela qual nós devemos atender a essa convocação: "Dêem graças ao Senhor porque Ele é bom, e a sua misericórdia dura para todos sempre." Percebam que a ordem ativa "Dêem graças ao Senhor" parte de um pressuposto, dos quais os remidos no Senhor, os que foram salvos, têm toda liberdade de fazer. Veja o que diz a linha inicial do verso 2: "Digam isso, os remidos do Senhor. Anuncie isso, aqueles que foram salvos."
A palavra "remido" aqui está ligada literalmente a alguém que foi justificado, comprado, que foi redimido. Então, os remidos, os salvos do Senhor, são aqueles que podem dar graças ao Senhor. Por isso que a linha A do versículo 1, chamando a essa convocação, essa ordem ativa, parte de um pressuposto conclusivo: diga essa realidade. Aqueles que são os remidos do Senhor, aqueles que foram comprados, aqueles que foram salvos.
E o ponto do qual o salmista faz essa realidade, essa convocação, se baseia primeiro na bondade leal do nosso Deus, seu amor misericordioso, seu amor bondoso e no seu cuidado, que é manifestado aqui pela palavra misericórdia. A NVI captou melhor essa linha quando ela diz: "Porque o seu amor é para sempre." A NAA colocou aqui: "Sua misericórdia é para sempre." Mas, nas entrelinhas, está querendo evocar aquilo que nós compreendemos por bondade e por misericórdia.
A bondade e a misericórdia do nosso Deus, e isso aqui deve fazer toda a diferença para nós. Porque nossa mente culturalizada entende que a manifestação do amor e da bondade de Deus é para nos dar bem-estar. E não é. A manifestação da bondade e da misericórdia de Deus é para nos salvar e não para nos dar bem-estar. O compromisso de Deus em nos resgatar é resolver um problema que nós, humanamente falando, não podemos resolver: a nossa realidade entre nós e Deus, o nosso relacionamento vertical, aquilo que é impossível ser ligado por mãos humanas.
Por isso que nós não entendemos que as práticas de boas obras são indispensáveis para a salvação. Não, nós entendemos que as práticas de boas obras são uma consequência natural da nossa salvação. A nossa mente se acomodou ao longo dos anos justamente com essa perspectiva. E, meus irmãos, isso vem de nós, vem do Éden. Não é algo que nós adquirimos recentemente.
Os nossos pais caíram justamente porque a serpente foi habilidosa em dizer aos nossos pais que Deus estava escondendo deles uma bondade maior, para que eles pudessem ser como Deus, para que eles pudessem ter algo que Deus não queria compartilhar com eles. E nós herdamos essa realidade desde o Éden. Então, é uma coisa que nós temos que fazer, é passivo, principalmente numa cultura como a nossa, altamente materializada, hedonista, uma cultura que só tem interesses em si, que não vê mais a necessidade do servir, do amar.
É natural que a nossa mente compreenda bondade e misericórdia de Deus para promover bem-estar. E o Salmo 107 quer corrigir essa realidade ao dizer: "Não, são os remidos que podem ter o cântico nos seus lábios, reconhecendo a bondade e a misericórdia de Deus." São aqueles que foram salvos, aqueles que sabem que a misericórdia, o amor de Deus é a causa de não sermos consumidos, como Jeremias nos lembra.
São aqueles que sabem que, apesar de toda a realidade da nossa existência em que precisamos amar e ser amados, não encontramos aquilo que está única e exclusivamente em Deus, nas coisas criadas, somente nos seus atos de bondade e misericórdia. Ninguém aqui duvida que amor é uma palavra mágica. Nós aqui sabemos do poder que essa palavrinha tão pequena tem. Mas o que nós verdadeiramente compreendemos como amor? O que realmente vem à nossa mente quando nós escutamos a palavra amor?
Eu acredito que o filósofo Zygmunt Bauman conseguiu captar muito pertinente essa realidade de como nós, seres humanos, identificamos a palavra amor na nossa cultura, na nossa vida contemporânea. Ele diz o seguinte, e aqui eu quero que você perceba como nós idealizamos coisas no nosso coração quando nós estamos em uma situação, coisas que não são eficazes, coisas que não são duradouras, coisas que estão pautadas em uma cosmovisão narcisista, como os romances populares, dos filmes, das músicas, enfim, como os homens chamam a palavra amor.
Ele diz o seguinte: "Não há nada intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário em um mundo tão transitório como o nosso." Evidentemente, na cabeça de Bauman, a grande exigência de transformar atos de bondade com aquilo que pode ser sentido se torna uma idolatria, uma obsessão em que nós vivemos o tempo inteiro atrás de atenção, atrás de presentes, atrás de sacrifícios. As esposas dizendo para os seus maridos o tempo inteiro: "Você ainda me ama?" Os maridos perguntando para suas esposas se o amor ainda é verdadeiro. Pais aos filhos, filhos aos seus pais.
Nós vivemos nessa cultura em que o amor é um subproduto daquilo que podemos sentir. E aí ele está dizendo justamente isso: "Olha, nada é tão intenso que consiga permanecer em um mundo tão transitório como o nosso." E ele continua: "O amor é mais falado do que vivido, e por isso vivemos um tempo de secreta angústia em nosso coração." É a desesperança marcada pela inabilidade de poder experimentar algo profundo. É tudo transitório. Hoje a pessoa diz que ama a esposa, amanhã ele está indo embora de casa. Hoje a esposa diz que ama o marido, amanhã ela está indo embora de casa. Hoje os pais dizem que amam os filhos e amanhã estão negando os seus filhos. Os filhos dizem que amam os seus pais e amanhã estão indo embora sem dar a menor satisfação.
É a inabilidade de experimentar algo profundo que o Salmo 107 está querendo corrigir. Não é um amor transitório, é um amor permanente. É um amor do qual dá todo o significado para a nossa vida. E aí ele conclui: "Há uma vertigem exposta que permeia as relações e tudo se torna vacilante. Tudo pode ser deletado, inclusive o amor."
Então, o Salmo 107 certamente não está falando desse amor. O Salmo 107 está falando do amor, o amor da qual as Escrituras corroboram, em que 1 João, capítulo 3, verso 1 nos lembra: "Vejam, meus filhinhos, que grande amor Deus tem nos amado ao ponto de nos fazer seus filhos." É o amor da qual Paulo lembra em Romanos 5,8: "Ele nos amou enquanto ainda éramos pecadores, quando não tínhamos nada para oferecer para Ele."
Então, a apelação que o Salmo 107 está fazendo nos versos 1 e 3, pautada no amor leal de Deus, configura um amor que nós devemos conhecer porque somos salvos. Porque um dia Cristo removeu dos nossos olhos a cortina, o véu, removeu a cera dos nossos ouvidos, abriu nosso coração para que raiasse a luz do poder de Deus em nos salvar. E essa luz de Deus, essa salvação que configura os atos redentores de Deus, expressado na aliança por amor leal no Salmo 105 e no Salmo 106, é o que deve fazer a gente ter a certeza de que cada um de nós experimentamos aquilo que o mundo não consegue experimentar com uma intensidade magnífica, com algo que ninguém pode roubar, com zelo ardente no nosso coração que nos faz prostrar diante do nosso Senhor.
É exatamente esse amor que o Salmo 106 quer corrigir aqui. E para isso ele faz então duas demonstrações. A primeira: seus atos de bondade. E esses atos de bondade, em toda e qualquer circunstância que nós, homens, podemos viver, não dependem absolutamente de nada que possamos dar a Ele para que Ele tome a iniciativa de nos salvar. Isso que é magnífico. Deus não espera de nós algo que justifique então Ele se levantar e dizer: "Agora eu te salvo." Todo o argumento do Antigo Testamento, todo o argumento do Novo Testamento permanece sobre uma única perspectiva: "Aquele que invocar o nome do Senhor, esse será salvo."
E esses atos de bondade se manifestam em quatro grupos distintos aqui. Nós vamos ver primeiro os errantes no deserto, nos versículos de 4 a 9. Vamos ver aqueles que estavam presos sobre as trevas, versículos 10 a 16. Muito possivelmente uma realidade do contexto do exílio, pode ser que seja, pode ser que não, mas provavelmente seja. Nós vamos ver os insensatos e rebeldes, que se rebelaram contra Deus, mas ainda assim clamaram ao Senhor e Deus os livrou. E os viajantes afligidos.
Então, vamos ler esse texto: "Andaram errantes pelo deserto, por lugares áridos, sem achar cidade em que pudessem morar. Famintos e sedentos, desfalecia neles a alma. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações. Quando os levou pelo caminho direito, para que fossem à cidade em que pudessem morar. Que estes deem graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens, pois saciou a alma deles e encheu de bens a sua alma faminta."
Então, esse é o primeiro grupo: são os famintos, os errantes pelo deserto. O segundo grupo começa no versículo 10: "Alguns se assentaram nas trevas e nas sombras da morte, presos em aflições e em correntes de ferro, por terem se rebelado contra a palavra de Deus e desprezado o conselho do Altíssimo, de modo que lhes abateu o coração com trabalhos. E esses caíram, não houve quem os socorresse. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações. Tirou-os das trevas e das sombras da morte e quebrou as correntes que os prendiam. Que eles deem graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas com os filhos dos homens, pois derrubou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro."
Esse é o segundo grupo: são os presos em trevas. O versículo 17 inicia o terceiro grupo: "Os insensatos rebeldes, os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão e por causa das suas iniquidades, serão afligidos. Abominaram todo tipo de comida e chegaram às portas da morte. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações. Os livrou do que lhes era mortal. Que eles deem graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens. Que ofereçam sacrifícios e ações de graças e proclamem com júbilos as suas obras."
Esse é o terceiro grupo: os rebeldes que se rebelaram contra a palavra do Senhor. Por último, nós temos o último grupo, do 23 até o 32: "Os que tomando navios descem aos mares e os que fazem comércio na imensidade das águas. Esses em as obras do Senhor e as suas maravilhas nas profundezas do abismo. Pois Deus falou e fez levantar o vento tempestuoso. As ondas do mar subiram até os céus, desceram até o abismo, e no meio destas angústias desfalecia-lhes a alma. Andaram e cabalizaram como bêbados, e nada adiantou a sua habilidade. Então, na sua angústia, aclamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações, e as ondas se acalmaram. Então se alegraram com a calmaria e assim os levou ao porto desejado. Eles dêem graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens. Que o exaltem na assembleia do povo e o glorifiquem no conselho dos anciãos."
Os quatro grupos aqui têm um padrão em comum. A ideia aqui do Salmo não é nem mostrar esse ou aquele grupo, mas a ideia é mostrar que, independente da circunstância que o homem se encontra, seja no deserto sem um lar, errante, em um caminho do qual ele não sabe aonde o levará, seja no meio da sua enfermidade, seja por causa da sua transgressão, seja por causa de uma viagem perigosa, o padrão é o mesmo. Para todos os quatro exemplos, eles invocam o Senhor na sua angústia, o Senhor escuta o clamor deles, o Senhor salva esses homens e então eles são encorajados a exaltar a salvação do Senhor na assembleia pública, diante dos anciãos.
Cada uma dessas ilustrações tem uma situação difícil, tem um clamor, tem o livramento e tem o louvor. E a base para esse louvor se encontra nos verbos que nós vamos ter entre cada uma dessas ilustrações, que se encontram no pretérito do passado, mostrando que foi uma ação conclusiva de Deus. Ele não começou e desejaria terminar um dia. Ele salvou com base no seu amor leal. Você vai ver isso no verso 6: "Ele os livrou." Você vai ver isso no verso 13: "Ele os livrou." Você vai ver isso no verso 19: "Ele os livrou." E você vai ver isso no verso 20: "Ele os livrou."
Os homens clamaram no meio das suas tribulações, no meio de suas angústias. Deus respondeu com salvação, trazendo livramento, libertando esses homens dos perigos que estavam diante da existência deles e revelou o braço de salvação. E aí os versos de louvor, 8, 15, 21 e 32, encorajam cada um desses grupos a reconhecer o verdadeiro amor. E esse amor não é o amor da cultura filosófica, não é o amor que está nessa era líquida, como Bauman fala, o amor transitório, o amor que escorrega pelas mãos, o amor que quer ser paparicado, o amor que só faz algo reativo, só faz algo quando recebe algo em troca. Não, é o amor leal de Deus que se empenhou em sua palavra em dizer que nos daria aquele que salvaria o seu povo.
Precisamos ser constantemente lembrados da realidade de que fomos salvos e precisamos fazer isso para que essa realidade impossione o nosso coração a louvar a Deus, a reconhecer a sua grandeza, os seus feitos, a reconhecer que Deus é Senhor da nossa vida, é o nosso provedor, é o nosso pastor, é o nosso cuidador. Nós precisamos reconhecer os feitos redentivos de Deus em nossas vidas para poder atravessar os dias difíceis, tirar os olhos das circunstâncias da realidade e deixar de ser pessoas reativas, só louvar a Deus quando Ele então me abençoar, quando sua misericórdia for visível em minha vida, e passarmos a ser o povo da aliança que tem um compromisso de exultar o nome do bendito Deus que salvou o Seu povo.
E isso nos envolve, e isso diz respeito a nós também. É exatamente o que Paulo fala em Efésios: "Não foi por qualquer ato de justiça nossa, mas por causa da Sua graça." Está lá em Efésios 2, nos lembrando dessa verdadeira graça. O nosso coração é facilmente capturado para se esquecer dos atos redentivos de Deus e por isso nós temos tantas dificuldades de encorajar o nosso próprio coração. Muitos de nós vivemos dias como o que está expressado lá no Salmo 42, no Salmo 44, em que nós estamos perguntando para a nossa própria alma: "Por que você está tão abatida? Se alegra! Um dia você louvará o Senhor." O Salmo 107 está dizendo: "Esse dia chegou."
O que mais Deus poderia nos dar além da salvação, gente? O que poderia estar em pé de igualdade com a salvação? Conforto? Saúde? Bom emprego? Uma família perfeita? Um marido bonito, honesto, leal? Uma esposa que não envelhece? O pastor Ricardo brincou tanto hoje de manhã com a gente em questão da marcha fúnebre do Salmo 90 e como as pessoas envelheciam. Estava ali sentado falando assim: "Ele tem apenas 42 anos e parece que está com 90 de tanto que ele falou dessa condição da existência humana."
E o Salmo 107 está tentando corrigir essa perspectiva, mostrando para nós o que pode motivar o nosso coração a louvar a Deus, se não a salvação. O que verdadeiramente pode fazer com que nós entoemos cânticos de adoração ao nosso Deus? Se você for lá no Salmo de número 78, você vai ver justamente o salmista falando sobre essa realidade. O Salmo 78 é um Salmo de Azaf e no versículo 8 Azaf fala algo muito interessante para nós. Ele diz: "Olha, vamos começar do versículo 7 para que pusessem a sua confiança em Deus e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas observassem os mandamentos e que não fossem como seus pais, geração obstinada, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante e cujo espírito não foi fiel a Deus."
Veja, os atos redentivos de Deus do passado estão registrados justamente para que a geração atual coloque a confiança em Deus. Nós temos tanta história de salvação no Antigo Testamento justamente para que nós possamos ver que Deus, o seu caráter imutável, não sofre variações, nem se nós quiséssemos que sofresse. Ele continua nos amando, Ele continua, sim, nos punindo quando necessário para nos corrigir, mas nos amando a ponto de nos dar algo que ninguém pode tomar de nós: a nossa salvação.
Essa é a verdade que Pedro fala na sua primeira carta, lá no capítulo 1. Nós recebemos algo que não pode se corromper, algo que não perde o seu valor. Então, os atos de bondade de Deus, os atos de misericórdia de Deus em toda e qualquer circunstância descrita no Salmo 107 estão ali justamente para nos informar que nós podemos confiar no Deus que empenhou sua palavra, dizendo que nos amaria até o fim, dizendo que não abriria mão daqueles que foram comprados por Cristo. Isso é magnífico.
Se você verdadeiramente foi comprado por Cristo, você não precisa ter medo, você não precisa ter confusão em sua mente se os dias ruins estão como um sobressalto em sua vida. Não se preocupe. Talvez você nem verá soluções desses dias. Lembre-se do que o escritor aos hebreus nos diz lá no capítulo 11: muitos dos nossos irmãos morreram sem ver a promessa de Deus concretizada em suas vidas, mas eles creram e por isso foram arrolados na Assembleia dos Céus. Eles depositaram sua confiança em Deus.
Esses atos de bondade são para nos mostrar que, apesar de qualquer circunstância, Deus pode sim nos salvar, nos dando livramento físico, mas sobretudo Ele quer evidenciar o seu amor que não nos abandona, o seu amor que já foi conclusivo em nossa vida por esses verbos no passado: versículo 6, versículo 13, versículo 19, versículo 28.
A segunda razão desse motivo de louvarmos a Deus é a primeira: seus atos de bondade realizados em qualquer circunstância. A segunda razão são seus atos de juízo, de restauração e de bênção. E aqui é interessante no Salmo 107 porque nós temos então três perspectivas. A primeira se encontra nos versículos 33 e 34, que é a perspectiva do juízo. O Senhor julga, o Senhor modifica, o Senhor, se precisar, deixa a consciência, qualquer coisa estéreo, para que os homens o reconheçam soberanamente, Ele o fará. Ele não terá problema de fazer isso.
Depois, nós veremos do 35 a 38 que o Senhor restaura. Apesar de julgar, Ele é aquele que pode reverter, restaurar a situação. E depois nós vamos ver versículo 39 a 42 que o Senhor é quem abençoa o seu povo. Isso está aí nesses atos de juízo, restauração e bênção.
Eu tenho aqui um slide para projetar para vocês. Diz assim o texto bíblico: "Versículo 33 a 42: Deus transformou rios em desertos e mananciais em terra seca. Fez da terra frutífera um deserto salgado por causa da maldade dos seus habitantes." Então, perceba que o salmista agora sai dos atos de bondade e misericórdia em qualquer situação e entra então agora nesse ato de juízo, restauração e bênção, dizendo o seguinte: "Olha, Deus é quem transforma. Deus é quem faz os rios em deserto."
Qualquer um de nós queremos que os desertos sejam transformados em mananciais. Ninguém gosta de deserto. Acho que nem o povo que vive lá nas proximidades do deserto gosta tanto do deserto. Assim como parece, deserto é um negócio estranho. Não chove aqui em Atibaia já tem alguma semana, se não meses. O clima é seco, é o clima do deserto, clima altamente seco. Pela manhã, geralmente, os desertos e durante o dia costumam ter temperaturas acima dos 25 graus. À noite, costumam ter temperatura abaixo dos 10 graus. É um negócio esquisito. Sobreviver no deserto é uma arte. É uma arte, é difícil.
Mas o salmista chama a atenção para nós um fato interessante. Depois dos atos de bondade e misericórdia de Deus, ele nos traz algo para que nós possamos reconhecer que o nosso Deus é soberano não apenas no quesito da salvação, mas Ele é soberano em qualquer esfera da nossa existência, deste mundo criado, das coisas que nós podemos contemplar. É exatamente isso que Paulo está falando lá em Colossenses quando diz que Ele está reconciliando consigo todas as coisas criadas, mostrando que, debaixo do sacrifício vivo de Cristo, que foi aceito por Deus, está agora um Senhor absoluto sobre todas as coisas criadas, sobre todas as coisas visíveis e as coisas invisíveis.
E aí ele nos chama a atenção para um fato muito pertinente: Deus transforma rios em deserto, mananciais em terra seca, faz da terra frutífera um deserto salgado, e Ele faz isso por causa da maldade dos seus habitantes. Olha só que coisa interessante. A economia está dando sinais de que as coisas estão ficando cada vez mais preocupantes e nós estamos orando para que Deus reverta a situação. Mas, à luz do Salmo 107, versículo 37, não tem sombra de dúvida que é Deus que está permitindo isso. E Ele o faz justamente para que os homens, que sendo ou não sendo o alvo do seu amor leal nos exemplos passados, o reconheçam e vejam que a esperança está única e exclusivamente nele.
Então, essa é a pergunta que o Salmo 107 está respondendo, que foi feita lá no 106, versículo 2: "Quem poderá relatar os teus atos de justiça? Quem poderá se colocar em pé e cantar louvores ao Senhor?" Aqueles que foram alvo da graça de Deus e agora reconhecem a sua soberania diante de um cenário devastador em que aquilo que é bom está sendo transformado em algo ruim, estéreo, sem vida, terras mananciais em terras secas, rios sem água. Não, não é o diabo, meus irmãos, que está levantando e fazendo essas coisas. O diabo, sim, está debaixo do plano soberano do nosso Deus.
Mas o Salmo 107 está justamente alinhando a nossa perspectiva. Por mais que nós não quiséssemos esse ou aquele governante, por mais que nós tenhamos preocupações com esse ou com aquele cenário, o Salmo 107 está dizendo: "Está tudo debaixo do controle de Deus. É Ele que faz essas coisas e Ele o faz para que os homens aprendam a reconhecer o seu amor e cantar em louvores de gratidão o seu amor."
Então, o que são esses governantes que geram todas essas instabilidades? O que são eles se não instrumentos das mãos de Deus? O que são essas nações que se agitam, que estão espumando, que estão levantando rumores, se não única e exclusivamente para que a gente recorra, para que a gente se volte, para que a gente busque, para que a gente invoque, para que a gente espere na salvação do nosso Deus? São instrumentos na mão dele. E o salmista está nos dando essa perspectiva de juízo, dizendo: "Olha, Ele quem faz isso."
Mas o salmista também reverte o cenário ao dizer que Deus é aquele que restaura, versículos de número 35 a 38. Mas Ele transforma o deserto em lençóis de água. Veja, uma reversão aqui. Se no versículo 33 os rios estão sendo transformados em desertos, em mananciais de terra seca, agora no versículo de número 35 há uma reversão: "Ele transforma o deserto em lençóis de água e a terra seca em mananciais. Estabeleceu aí os famintos, os quais construíram uma cidade em que pudessem morar, semearam campos e plantaram vinhas e tiveram fartas colheitas. Ele os abençoou, eles se multiplicaram muito e o gado deles não diminuiu."
Sabe quem vai dar a verdadeira solução para toda a instabilidade que nós estamos atravessando? Não é a taxa Selic, não é o aumento do Bitcoin, não é a mudança do ministro da economia, não é a corrupção ser estancada, não é a melhoria na saúde, na educação. Sim, todas essas coisas são legítimas e nós oramos para que Deus nos dê isso. Nós oramos para que o céu seja, para que o Senhor bondosamente nos dê o privilégio de viver essa realidade. Mas olha, isso aqui está nas mãos de Deus. É Ele que faz essas coisas. E o Salmo 107 está nos mostrando isso. É Deus que corrige esse mundo quebrado e Ele fará isso quando Ele entender que tem que ser feito.
Se até lá, se até o dia de Cristo isso não acontecer, é porque Ele não quis que acontecesse. Sim, Ele fez isso. Ele permitiu guerras, Ele permitiu rumores de guerras, Ele permitiu toda a confusão e instabilidade que vivemos. Mas quer saber de uma coisa? Nós temos algo: um cântico de exultação, um cântico de alegria. E isso deve balizar a nossa vida, isso deve conduzir os nossos passos, isso deve fazer com que os nossos olhos saiam dessa terra e olhem para aquele que tem amor verdadeiro por cada um de nós.
E isso é o que nos faz pensar. O versículo 39 a 42 diz: "Mas outra vez foram reduzidos e humilhados pela opressão, pela adversidade e pelo sofrimento. Deus mostra desprezo pelos príncipes e os faz errantes onde não há caminho. Mas levanta da opressão o necessitado e faz aumentar a sua família como um rebanho. Os retos veem isso e se alegram, mas todos os ímpios têm de fechar a sua boca."
É interessante como essa perspectiva de bênção, ela então sai de um cenário em que nós não estamos habituados como mananciais e desertos, fazendo esse contraste e agora culmina sobre a figura de um rei, um homem que tem poder, um homem que tem domínio, um homem que tem condições de poder fazer com que a gente tenha um rei e que coisas aconteçam. O Salmo usa aqui o termo príncipes, mas ele usa justamente para dizer que Deus abaterá esses que confiam em si, na arrogância, no seu poder, na sua autoridade, e Deus exaltará os humildes.
Quem são os humildes aqui? Aqueles que estão reconhecendo a bondade de Deus, aqueles que estão sendo alvo da misericórdia de Deus. Então, o Salmo 107, irmãos, parte de uma perspectiva magnífica, nos faz um apelo para louvar a Deus, nos dá a razão do motivo pelo qual devemos louvar a Deus, ilustra o porquê e o como nós podemos louvar a Deus e mostra a soberania do nosso Deus em toda a criação.
E aí o Salmo termina com uma pergunta, uma pergunta muito interessante, um apelo que está aí no versículo de número 43: "Quem é sábio? Atenta para essas coisas e considere as misericórdias do Senhor." Quem é o sábio na luz do Salmo número 107? Quem verdadeiramente tem sabedoria? Fica nítido para nós que o Salmo 107 revela o sábio. O sábio é aquele que reconhece a sua necessidade de auxílio, do amor leal de Deus. O arrogante não. O arrogante diz: "Para quem eu preciso de Deus? Para quem é que eu preciso de Deus?" Mas o sábio está reconhecendo. Por isso que ele clama, por isso que ele invoca o Senhor.
Fica claro também que o sábio é aquele que reconhece que Deus é quem pode derramar misericórdia em meio às suas aflições. A voz ativa aí dos versículos 7, 14, 20 e 29, que são as soluções que Deus dá para aqueles quatro grupos: "Conduzi-os, tirou-os, enviou-lhes sua palavra, fez cessar, os levou," mostra para nós que o sábio está confiando que somente Deus pode fazer isso. Deus é quem salva, Deus é quem cura, Deus é quem nos liberta da rebeldia, Deus é quem sara as nossas feridas. Somente Deus pode fazer isso. O que devemos fazer? Orar e buscar, mas somente Deus pode fazer isso.
E o sábio também é aquele que se compromete em louvar a Deus em gratidão por tamanho salvação, por tamanho livramento. Nós temos isso aí espalhado em todo o Salmo 107. Então, se você não é salvo, você deve reconhecer a salvação do Senhor para ser sábio. Se você é sábio, você deve então começar a louvar ao Senhor com base nos seus feitos redentivos do passado e do presente.
E aí eu quero apelar para sua consciência algo que esse Salmo está esperando como resposta do nosso coração. Aquele ou aquela que aprecia o auxílio de Deus em meio às grandes tribulações da vida deve ser capaz de fazer isso, de refletir sabiamente como ele está celebrando a bondade e a misericórdia de Deus em seu viver. Aquele, mais uma vez, que apreciou o auxílio de Deus em meio às tribulações da vida deve ser capaz de refletir sabiamente como está celebrando a bondade e a misericórdia de Deus em seu viver.
Se nós não estamos refletindo, precisamos nos atentar ao Salmo 40. O Salmo 40 fala de um cântico novo em nossos lábios que a veste de salvação nos concede. Essa veste eu e você temos, aqueles que confessaram Cristo como Senhor e Salvador. Isso é o que está escrito em 2 Timóteo 1, 8 a 10: "Deus nos salvou pelo seu poder para que nós pudéssemos ter uma vida em Cristo." E Ele orou por nós para que nós pudéssemos ter essa confiança sábia de reconhecer a sua bondade, lá em João 17.
Então, nós estamos celebrando em nosso modo de vida a sabedoria que o Salmo 107 está nos apresentando. Qual é a ideia? Qual é a ideia desse Salmo, meus irmãos? E quero encerrar com ela e uma palavra de oração. Então, nós iremos cantar ao Senhor.
A ideia desse Salmo é mostrar para cada um de nós que o amor de Deus, seu amor leal e sua infinita misericórdia nos convida diariamente a confiar em seu cuidado inesgotável. E isso é o motivo pelo qual nós somos desafiados a louvá-lo. Nós podemos fazer isso agora. Se você já entregou sua vida a Cristo, então você pode cantar com confiança. Se você não entregou sua vida a Cristo, você pode fazer isso agora e ter um cântico em seus lábios, um cântico que ninguém poderá tirar dos seus lábios.
O sábio ouve essas coisas e atenta para a bondade do nosso Deus.
Senhor, nós louvamos o teu nome. Obrigado pelo Salmo de número 107 e por tudo que ele traz como verdade à nossa vida. Nos ajude, Deus, a responder esse apelo magnífico de cantar, reconhecendo a tua salvação, a salvação que se manifesta em toda e qualquer circunstância. Nos ajuda a ter sabedoria em nosso viver para que teu santo e bendito nome seja louvado. Oramos por isso em nome de Jesus. Amém.
Pai, nos conduz em paz e segurança esta semana. Nos dê o privilégio de poder cantar as bondades das tuas maravilhas e do teu amor leal. Que o teu nome seja glorificado, Pai. Assim nós clamamos. Que o Senhor nos conduza debaixo da tua bênção e da tua graça. Nós oramos em nome de Jesus. Amém.
Se confraternize.
Terminado. Deus abençoe. Tenha uma excelente semana.