A gente tem falado sobre a seguinte série, Jonas, das profundezas ao chamado. A gente está fazendo, cada domingo, um capítulo do livro de Jonas. E é interessante no livro de Jonas, porque diferente dos outros profetas, esse livro não fala a respeito da profecia em si, de como que a profecia é construída, de como que as pessoas recebem essa profecia, toda essa parte de quiasmo, toda essa parte de paralelismo que uma profecia tem. Pelo contrário, o livro de Jonas não fala da profecia, fala do profeta.
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E é interessante porque esse profeta, ele não representa apenas a si mesmo, mas ele representa o profeta. O povo de Deus. Esse profeta, ele prefigura como o povo de Deus se relaciona. Como o povo de Deus se relaciona com os demais povos. Então, em Jonas, nós podemos perceber não apenas o caráter do profeta, não apenas a inclinação do profeta, mas também a inclinação do próprio povo de Deus. A inclinação do próprio Israel.
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Jonas 2, de 1 a 10, e o texto bíblico diz assim, lá de dentro do peixe, Jonas orou ao Senhor, ao seu Deus, e ele disse, em meu desespero, clamei ao Senhor, e ele me respondeu, do ventre da morte, gritei por socorro, e ouviste o meu clamor. Jogaste -me nas profundezas, no coração dos mares, correntezas formavam, turbilhão ao meu redor. Todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. Eu disse, fui expulso da tua presença. Contudo, olharei de novo para o teu santo templo.
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As águas agitadas me envolveram, o abismo me cercou, as algas marinhas se enrolaram em minha cabeça. Afundei até os fundamentos dos montes, a terra cujas trancas estavam me aprisionando para sempre. Mas tu trouxeste a minha vida de volta da cova, ó Senhor meu Deus. Quando a minha vida já se apagava, eu me lembrei, eu me lembrei de ti, Senhor, e a minha oração subiu a ti, ao teu santo templo.
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Mas mesmo em meio, mesmo em meio à sua angústia, mesmo em meio à sua dor, mesmo em meio ao seu desespero, Deus promove ao profeta um escape. E é por isso que ele fala, do fundo do abismo, o Senhor ouviu a minha oração. Do fundo do abismo, a minha oração alcançou o seu templo. Porque o templo simbolizava naquela época a presença de Deus, a glória de Deus, a graça de Deus.
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Mas quando eu clamo ao Senhor, o Senhor me livra do mal. E aí, no último versículo, o texto volta para a narrativa e vai continuar a narrativa até o seu término. Mas diante dessa poesia de Jonas, diante desse salmo, desse hino que ele proclama, surge uma pergunta que é inevitável ao nosso coração. Ao lermos esse texto, uma pergunta pode brotar em nós e essa pergunta deve brotar em nós para que a gente possa perceber a nossa situação presente, passado ou aquilo que a gente pode vivenciar no futuro, que é, você já se sentiu no fundo do poço?
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É por isso que a Bíblia vai falar que um abismo chama outro abismo. Às vezes, quando a gente comete um pecado, para a gente ofuscar esse pecado, a gente vai lá e comete outro, aí para tentar encobrir esse outro, a gente vai fazendo outro, e quando a gente vê, a gente vai caindo naquilo que Tiago mostra que é a caminhada ao abismo do pecado. Ele vai falar assim, olha, Deus ninguém tenta, mas nós somos tentados pela nossa própria cobiça.
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Vamos promover um livramento, uma salvação, é interessante porque Jonas vai falar, olha, na minha condição, eu estou indo para o sepulcro, mas Deus é gracioso, mas Deus é misericordioso, ele fez com que a minha oração subisse ao seu templo, subisse a sua presença, ele me livrou da morte certa, então o que a gente pode perceber em Jonas é um abismo como consequência das suas agressões, mas uma graça, uma misericórdia, um favor que transcende a postura do profeta e promove a ele uma condição de livramento, uma condição de restauração, uma condição de vida onde a consequência direta deveria ser morte.
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Trazendo isso para os dias de Cristo, ou melhor, lendo essa história pelo viés do Evangelho, a gente pode perceber que Deus lida com a obstinação de Jonas sendo fiel ao seu caráter misericordioso e compassivo. Não é isso que ele faz com seus discípulos? O discípulo lá é o discípulo do amor. Quando você pensa em João, você pensa em quê? Poxa, discípulo do amor, eu vejo um cara fazendo coraçãozinho, é um cara meigo.
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Na caminhada com Cristo, Deus começa trabalhando o nosso coração para depois trabalhar através de nós ao mundo. Nós não vamos conseguir testemunhar da graça e favor de Deus sem antes experimentarmos dela no nosso cotidiano. Eu não posso falar da salvação que se encontra em Cristo Jesus se antes o meu coração não estiver curvado ao meu Salvador.
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Somente quando percebermos a nossa real condição de pecador, salvo pela graça divina e sem méritos para com Deus, é que nós vamos passar a olhar para o outro, com o olhar de misericórdia, ao invés de julgamento e condenação. É interessante porque, muitas vezes, a igreja olha para as pessoas que estão lá fora, ah, vai vir carnaval aqui.
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Mas o que Deus quer que a gente faça é que a gente se arrependa, que a gente experimente do seu favor, para que, impulsionados pelo Espírito Santo, a gente possa estender. o pão que nos alimentou para aqueles que estão famintos.
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